sábado, 7 de maio de 2011

O PSICOLOGO NO CRAS





O compromisso social da Psicologia e de seus profissionais em nosso país efetivou-se verdadeiramente só no século XXI quando ela se volta para as políticas públicas, se colocando como uma psicologia para todos. Mesmo sendo regulamentada em 1962, era tida e mantida pela sociedade brasileira até meados da década de 80, como uma ciência guardiã da ordem, onde sua maior contribuição era a previsão e controle dos comportamentos.

Os movimentos de mudança na atuação profissional iniciam quando os psicólogos começam a promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, contribuindo para a diminuição da negligência, discriminação, exploração e violência. Assim os psicólogos realmente assumem a responsabilidade social desta ciência, e é pautado na responsabilidade social que o psicólogo pode atuar inserido no CRAS.

O psicólogo do CRAS pode e deve direcionar o seu trabalho para a prevenção e terapêutica das situações de sofrimento oriundas do processo sócio-econômico como sugere SAWAIA (2002), ao qual estão expostos os usuários de tal serviço. Estas situações são criadas e cultivadas pela lógica perversa neoliberal, que impõem a estes usuários o lugar de objeto.

É na tentativa de promover autonomia do sujeito vitimizado, de desnaturalizar a violação de seus direitos e de propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais, que o psicólogo deve pautar suas ações dentro do CRAS, atuando no campo simbólico e interpretando com vista o fortalecimento pessoal. Contribuindo assim, para a inserção social do sujeito, como nos propõem Os Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais e Psicólogos (as) na Política de Assistência Social (2007).

È na escuta dos significantes que estruturam e caracterizam esta população, que o psicólogo pode interpretar e sinalizar ao indivíduo quais significantes ele pode se apoderar como seus e quais são os que ele reproduz sem tomada de consciência. Assim de posse do conhecimento produzido nos grupos e atividades do CRAS, o sujeito pode ter autonomia de se apoderar dos que lhe convém e não mais só reproduzir os significantes impostos pela lógica capitalista, é então que surge a autonomia tanto fomentada na proposta da PNAS.

O CRAS e o psicólogo podem alterar o que está posto, ou seja, ao que Lacan (1964) sugere como “o que estava lá há um bocado de tempo antes que viéssemos ao mundo, e cujas estruturas circulantes nos determinam como sujeito”. Esta alteração pode ocorrer junto com a assistente social nos atendimentos individuais ou em atividades coletivas, prioridade neste tipo de serviço. Contudo, isto só se dará quando ao sujeito for concedida a oportunidade de se ouvir, de se descobrir, de entender como sua subjetividade esta engendrada, produzida pelas redes e campos de força social nas quais ele está inserido. Assim, este indivíduo poderá resignificar sua historia de vida, saindo do lugar de objeto para o lugar de sujeito de sua história.

Esta descoberta, escuta e entendimento podem acontecer no âmbito do atendimento individual, como também em qualquer atividade sócio-educativa produzida no CRAS., como poderá ser visto no próximo tópico sobre tal reflexão. ·

CRAS

O CRAS é um serviço de Proteção Social Básica, que visa potencializar a família como unidade de referência, fortalecendo os vínculos internos e externos, por meio do protagonismo dos seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que oportunizam à convivência, à socialização e ao acolhimento em famílias cujos vínculos familiar e comunitário não foram rompidos, além de oferecer programas para a inclusão no mercado de trabalho.

Objetivos

Atuar com famílias e indivíduos em contexto comunitário;
Desenvolver o Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF), e orientar para o convívio sócio-familiar;
Mapear e organizar a rede socioassistencial de proteção básica, articulando a rede de proteção social local;
Desenvolver ações intersetoriais;
Encaminhar a população para as demais políticas sociais.

O CRAS A PNAS 2004, define o CRAS como uma unidade pública estatal de base territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade social, que deve referenciar um total de 5.000 famílias. Este executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços sócio-assistenciais locais da Política da Assistência Social, constituindo-se a porta de entrada dos usuários da rede de proteção básica do SUAS.

O guia de orientações técnicas para o CRAS, versão preliminar 2006, esclarece que o trabalho a ser realizado no CRAS tem que privilegiar a dimensão sócio-educativa na efetivação dos direitos relativos às seguranças sociais e deve provocar impacto na dimensão da subjetividade política dos usuários e na superação das condições de vulnerabilidade social e potencialidades de risco.

É evidente que por mais que o Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome lance guias de orientação para nortear os trabalhos dos técnicos envolvidos em tal centro, não exista um receita pronta para a realização destas atividades sócio-educativas. Neste sentido os técnicos que atuam no CRAS, psicólogos e assistentes sociais, devem estar reinventando e criando sempre novas formas de intervenções para a transformação social dos usuários que é a principal meta do serviço.

quarta-feira, 9 de março de 2011

ESTUDANDO PARA CONCURSOS - I

PSICOLOGIA

DEFINIÇÃO: Estudo científico do comportamento e dos processos mentais e de como esses são afetados pelo estado físico e mental de um organismo e pelo ambiente externo.
OBJETIVOS: Descrever, compreender, prever e controlar ( ou modificar) comportamentos ou processos mentais.

A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

1- Estudos descritivos - Descrevem, mas não explicam
a) Histórico de caso - Descrição de um indivíduo
b) Observação:
-Naturalista: meio natural
-laboratorial: ambiente controlado pelo pesquisador.
c) Avaliações: questionários e entrevistas.
d) Testes:
-Confiabilidade: usada para mensurar se as diferenças individuais nos resultados dos testes devem-se a diferenças reais nas características que estão sendo medidas, ou se são provocadas por erros eventuais ou flutuações.
- Validade: refere-se à amplitude com que um teste mede o que se propõe a medir. A validade de um teste deve ser estabelecida empiricamente - relacionando-se o teste a critérios particulares que ele afirma medir.

2 - Estudos Correlativos - Intensidade das relações entre as variáveis, não demosntra causalidade

3 - Experimento - o pesquisador controla a(s) variáveis, para descobrir seu efeito sobre outras variáveis.

sexta-feira, 4 de março de 2011

ORIGEM DO CARNAVAL


Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio e Helsinque, capital da Finlândia.

O carnaval do Salvador está no Guinness Book como a maior festa de rua do mundo.Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada como o maior bloco de carnaval do mundo.

A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.

Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma.Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.


Carnaval de Veneza, Itália.O carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.

No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.

Cálculo do dia de CarnavalVer artigo principal: Cálculo da Páscoa
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

terça-feira, 1 de março de 2011

BLACK SWAN


Atuação de Natalie Portman é ponto alto de 'Cisne negro'

Mas filme sofre com efeitos especiais e expedientes do suspense em um drama, o que não combina com o desempenho contido da atriz


A atuação de Natalie Portman em Cisne negro é realmente arrebatadora, inspirada, impecável. Vai do sutil a um (por vezes) necessário “overacting” num piscar de olhos. Seu ótimo desempenho, é claro, deve-se em parte à segura direção de atores de Darren Aronofsky (vide Mickey Rourke em O lutador , 2008). Infelizmente, deve-se a também ele – e a seus três roteiristas - alguns pontos fracos do filme que, tentando não entregar muito do enredo, comento adiante.

Portman vive Nina, jovem bailarina cujo sonho de perfeição é reflexo (doentio) direto da “mão pesada” de sua mãe autoritária, Erica (a ótima Barbara Hershey, quase irreconhecível pós-plástica), uma mulher que desconta na filha a frustração de ela mesma ter abandonado os palcos para criá-la.

Nina tem um grande desafio pela frente: com a “aposentadoria” forçada da primeira bailarina de sua companhia, Beth (Winona Ryder), ela tem a chance de viver o papel principal do clássico O lago dos cisnes. Thomas Leroy (Vincent Cassel), o diretor do grupo, vê nela a bailarina perfeita para o papel do delicado Cisne Branco. Mas para o segundo papel, do Cisne Negro, percebe que sua fragilidade quase infantil – outra “herança” da mãe – a impede de explorar o lado mais sombrio do espetáculo.

Aronofsky, que já havia dado a entender que tinha um pé na metafísica no estranhíssimo Fonte da vida (2006), parece retornar a ela ao retratar o crescendo de loucura de sua protagonista. E aí peca com imagens que não combinam com a atuação contida e precisa de Portman. Falamos aqui não só de efeitos especiais (!), mas também de expedientes que nos lembram mais um filme de suspense do que um drama. Ou ainda... um drama nos moldes de Roman Polanski, em início de carreira, num filme como Repulsa ao sexo. E esse é só um dos filmes que parecem ter “influenciado” Cisne negro...

E mais: o interessante enredo, que mistura relações familiares, sexualidade, as ilusões e desilusões da arte etc., perde parte do impacto com suaves, mas constantes tintas “moralizantes” e maniqueístas. De Réquiem para um sonho(2000) pra cá, parece que Aronofsky ficou... careta.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUANDO PROCURAR PSICOTERAPIA



Alguns segmentos da população brasileira utilizam-se do atendimento psicológico tal como na Europa e nos Estados Unidos. Nestes 25 anos de atendimento clinico vimos um aumento na procura de orientação psicológica a casais, famílias, no esporte e a profissionais em suas carreiras. O trabalho preventivo, as consultas periódicas e frequentes, igualam-se aos países de primeiro mundo na utilização dos trabalhos profissionais dos psicólogos aos dos médicos e dentistas. A psicoterapia auxilia nas crises existenciais, nas crises circunstanciais e nas crises mais graves e patológicas. Visando a melhoria dos relacionamentos interpessoais sociais e afetivos, muitos preconceitos são clareados e amadurecidos incluindo as dificuldades na área sexual, onde se revela eficaz na orientação de problemas mais íntimos. A psicoterapia deve ser procurada sempre que a boa qualidade de vida estiver comprometida por algum conflito ou necessidade de esclarecimento profissional.